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segunda-feira, 28 de maio de 2007

"Você já votou?"

Sabe, há algo que muito me inquieta no curso, que é só mais um reflexo da faculdade e da sociedade, mesmo; Diferentemente da maioria, a CONVICÇÃO (!) não é meu forte e, por isto, a cada vez que sou chamado a votar, fico muito angustiado - mas muito MESMO; Se por um lado, não consigo votar mecanicamente, apenas tendo como critério o discurso da chapa ou do que for, adjunto à minha pequena experiência na universidade, também não consigo me isentar deste "evento" automaticamente. Isto, pois, tento fazer o esforço da permanente construção das minhas escolhas.
Mas fico angustiado por quê?... Até tenho "simpatia" por este ou aquele rumo, mas os meios... Tsc... Ah, os meios me parecem tão nebulosos!Passa mês, passa período, e, ultimamente, apenas cumprimentos. Só que... Opa!Chegou a eleição de blá blá blá. Eis que, então, escuto, é claro: "E aí, Marcel, já votou?"; Em momentos como este, me sinto mera unidade. É, apenas parte integrante da soma necessária para fazer com que um determinado grupo siga suas metas - e até acho que há boas intenções integrando-as.
Ademais, também há um outro "motivo-essencial"; Votar é o ato de abdicar de processos de decisão. É quando você decide se alienar deles. Sim, é claro, não é possível fisicamente participar de todas as escolhas. Isto além de todos nós termos outras ocupações além de tentar persuadir/ser persuadido do processo eleitoral - ou eleitoreiro? -, NÃO É?! Mas durante os outros meses sou invisível?
Putz...O que me irrita é que, me isolar do VOTO é me isolar das decisões. Em contrapartida, participar das eleições votando é prestigiar o voto como unidade, e não como símbolo de um determinado processo de luta, que não é diária. Ao menos, não com as minhas mãos. Sinto-me quase fazendo um favor a quem pede o voto, ao invés de sentir-me atuando de forma consciente e sem peso na mente para este ou aquele caminho do movimento - quase uniforme, infelizmente - estudantil.
Espero, por fim - e me perdoem se eu me extender. É que não tenho compromisso político tático algum de ser diplomático ou com termos bem colocados -, que a "Galera do D.A" - ou melhor, parte dela. Não quero parecer ignorante - se oponha a tudo que eu disse, mesmo concordando. Ora, te soa estranho? Acontece que, da mesma forma que se contrapõem às discussões do Orkut, uma manifestação apenas via jornal... um PEDAÇO DE PAPEL...tsc...não tem valor. Entretanto, também espero que o beco sem saída da necessidade de ser ou parecer democrático prevaleça e, assim, o texto seja colocado no folhetim, mesmo com este comentário.
Escrevo este texto sem pisar no diretório em discussão alguma, mas não por achar que discussões não sejam válidas - muito ao contrário -, mas porque estar lá seria admitir e reiterar o domínio de supostos libertários - atente que o termo tem a ver com liberdade - que, curiosamente, reprimem todo - ou quase - "discurso" que faço. Até porque, se o D.A somos todos nós, ele não é um grupo, ou menos ainda uma estrutura física como uma sala. Logo, o diretório também sou eu, discutindo com quem for, a qualquer momento; Mas, se estranhas, uso este meio apenas por ser conveniente, tanto pelo quão acessível é, como pela arte de provocar, no melhor sentido possível - tá, vai... No pior também. ...
Tentei dormir e acordei com um nó na garganta, sem conseguir respirar. Liguei o computador e redigi este humilde texto. Ainda que ateu, neste tipo de situação penso na possibilidade da existência do tal Deus e, por mais q'eu continue não acreditando - e mais, negando-o para o mundo material - me proponho a sempre repensar o que acredito. Da mesma forma, convido você, que não se contenta em agir como máquina, apenas reproduzindo, à eterna REconstrução. Mesmo que seja interna e inconsciente por agora, mas que seja evidente a sua onipresente intervenção prática. Vamos repensar-NOS?

Marcel (3º Período)

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