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quinta-feira, 31 de maio de 2007

O (mito do) menino prateado

Muita gente tenta responsabilizar os outros por suas irresponsabilidades. Eu sou um desses. Por isso, enquanto caminhava apressado para chegar à faculdade, maquinava motivos capazes de convencer a mim e ao mundo que o livro guardado em minha bolsa só não estava lido (ainda!) devido à demora de meus vários amigos que o possuíam em me emprestar um exemplar.
Atirando a mais remota possibilidade de perfeição para longe, principalmente por estar mancomunado com sua maior inimiga, acelerei um pouco mais o passo. Até que, mesmo estando tão envolto em aflições ordinárias, consegui discernir no meio da impessoalidade brutal do concreto armado que nos estrutura um bom motivo para diminuir a marcha: logo à minha frente completavam-se, disputando a atenção dos passantes, duas realidades incrivelmente distintas. Antagônicas, mas afins: exemplar "puro" do paradoxo urbano.
Como acredito que tenha deixado claro, tinha pressa. Por isso, ao avistar a bela moça que segurava na altura do peito um impresso, para mim, familiar, tive de retribuir seu sorriso - já amarelado pela receptividade duvidosa do público - e continuar correndo de encontro ao inspirador do título desta análise: o menino prateado.
O curto espaço que os separava foi suficiente para que eu fosse refrescando memória e conceitos. Decifrei, no minúsculo contato que tive com a bela moça, os desejos e sonhos que esta guardava na organização peculiar das letras de seu jornal. Já havia conversado com ela. Não por mérito de minhas fracas forças atrativas, mas pela paciência, o tempo de sobra e o "um real" que dispus a trocar por seu impresso, além da fala pausada e clara que empregava na tentativa de cativar um passante distraído como eu e fazê-lo entender os milagres culturais e sociais possíveis no mundo sem classes. Para ela e os seus, toda a riqueza gerada pelo fanatismo capitalista, ao qual o mundo encontra-se entregue, sendo enfim distribuída adequadamente entre todas as partes envolvidas em sua produção nos revolucionaria... Meus sonhos acompanharam os dela, até a realidade impor a lembrança do compromisso: aula! Me despedi prometendo ler e pensar melhor sobre o assunto...
Na mesma reticência estava - imediatamente após o rápido rememorar - quando dei de cara com o pequenino: um menino que tentava com todas as forças domar a inquietude da infância para fingir-se de estátua, envolto num banho de prata falsa e, provavelmente, barata. Me assustei com a cena e estranhei a reverência exagerada que o pequenino totem – mero monumento à desigualdade da sociedade moderna que era - dedicava às não poucas pessoas que corriam para despejar os mesmos "um real" (que minha amiga comunista pedia pela síntese de seu conhecimento acadêmico e sua fé sincera) no vasilhame disposto em sua frente, especificamente para isso.
Ironia fina!

Talvez infelizmente, a sociedade não tem tempo de ouvir que a doutrina comunista prega que todos os meninos prateados sejam de ouro e estejam na escola, por exemplo. O fato é que as afinidades parecem se dar por espasmos. Mais valeu o moleque, naquele caso, do que a erudição e sua salvação letrada!
As coisas do mundo parecem sempre estar encardidas demais para podermos encontrar uma fresta de clareza na turva janela que nos separa da realidade. Alguns preferem ficar daqui observando as sombras, outros se trancam no porão (uma caverna?!) para tentar interpretar a essência das imagens com o que lêem nos livros... É preciso ser um meio termo disso! E estar apto a conversar com as belas comunistas e os meninos prateados como se fossem nossos irmãos, já que disso não passam!
Deve ser por isso que nossos amigos comunistas gastavam saliva para tentar levar os "um real" que deram para o garoto: não falavam com ele... Os mundos são tão distintos que tornaram-se incomunicáveis... Na verdade estão todos falando sobre a mesma coisa em suas respectivas línguas... Todos querem ser felizes, reconhecidos, compreendidos... Como eu! Como você que leu até aqui... Como os comunistas e os meninos prateados...


Quem será que está enganado?

O povo, por não se interessar sobre a dominação que lhe é imposta?
Os grupos que tentam conscientizar o povo com seus dialetos acadêmicos?
Os meninos prateados, por não irem à escola e contribuírem diretamente com a manutenção do sistema?!

Ou será que tá tudo errado?!

Braz

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Editorial do Blog

Enfim saiu o Jornal Viramundo de Maio!!!

Uma inovação nessa edição para o blog é que a postagem dos artigos foram colocadas de forma separada para os leitores interagirem com maior dinâmica nos artigos que queiram comentar.
Cada artigo tem sua própria postagem para que os comentários de cada um seja de acordo com que queira postar, facilitando a troca de infromações entre os internautas e os autores dos textos.

Brevemente, para uma maior dinâmica e ampliação da comunicabilidade do Blog com os estudantes, cada autor de um artigo no jornal terá seu convite para postar diretamente no blog as respostas de seu artigo, se este for de uma alta polemicidade . Por isso, todos os autores dos artigos, a partir do mês que vem, mande seus e-mails juntamente com os seus artigos para enviar o convite.

Enfim, podem "degustar" do novo formato do blog e participem, deixando seus comentários nos respectivos artigos! E por favor que seja goela abaixo!!!

É isso aí, enquanto a galera está indo para o Recife, o editor do blog está aqui na Cidade Maravilhosa(?????!!!???) ralando para panfletar o jornal tanto na internet quanto na própria UFF


Robson

VIRAMUNDO - - - - Maio / 2007 viramundouff@gmail.com

Está em suas mãos a edição de Maio do Viramundo, jornal construído por estudantes de Ciências Sociais com o intuito de possibilitar e melhorar a comunicação e a troca de idéias e informações entre os mesmo. Essa edição de Maio é a segunda a ser produzida no ano de 2007 e, como havíamos programado, dá continuidade à intenção de fazer com que o Viramundo esteja nas mãos dos estudantes de Ciências Sociais da UFF mensalmente. Como essa edição comprova, há uma movimentação e participação para a construção efetiva de um jornal de estudantes do nosso curso. Entretanto a participação deve continuar crescendo e se expandindo a fim de consolidar definitivamente o Viramundo como um hábito, uma prática corriqueira entre os estudantes de Ciências Sociais.

Esta edição traz textos dos seguintes temas:
Classe, ação direta e alienação política.
Histórico do D.A.
Vegetarianismo.
Informes em geral.
“Você já votou?”
IV Copa de Golzinho
Reforma Universitária

Notas

OBS: todos os textos assinados correspondem exclusivamente a opiniões pessoais.

Histórico do Diretório Acadêmico de Ciências Sociais (DACS).

Vamos aos fatos históricos. A forma como conhecemos o Diretório Acadêmico hoje teve início há 10 anos. Em 1997, o DA tinha uma estrutura presidencial. Neste mesmo ano, começou a funcionar a Empresa Júnior, Analítica. O mesmo grupo que participava desta empresa organizou uma chapa para concorrer às eleições do DA de 1998. A chapa era a “Práxis” (Chapa 1).
Em contraposição a esta chapa, surgiu um grupo de estudantes com concepções político-ideológicas bem heterogêneas. Esse grupo deu origem à Chapa 2, chamada de “Projeto Inclua-se”. As eleições ocorreram entre 21 e 23 de setembro de 1998. A chapa 2 venceu com 158 votos contra 39 para a Chapa 1, com 1 voto nulo e 1 voto em branco. Já nessa época debatia-se a necessidade de uma assembléia estatuinte para elaborar um estatuto para o Diretório.
O “Projeto Inclua-se” tinha como proposta o fim da estrutura presidencialista e o funcionamento do DA por meio de coordenações abertas à participação de todos os estudantes do curso, para as quais alguns estudantes seriam eleitos em assembléia a título de coordenadores, com função de encaminhar as tarefas designadas em reuniões e assembléias. Isso significava uma gestão direta do DA, que privilegia a ação e participação dos estudantes como sujeitos políticos, rompendo com a idéia de representação eleitoral e instituindo mandatos imperativos e revogáveis. Ou seja, qualquer coordenador poderia ser substituído em assembléia.
O projeto terminou em 1999. Entre os dias 17 e 19 de janeiro de 2000, ocorreu uma nova eleição, com apenas uma única Chapa inscrita: a “Projeto Ação e Participação”. Essa chapa, eleita com 96 votos, também era bastante heterogênea e mantinha as mesmas idéias do projeto anterior. Participavam dela desde "anarquistas" a militantes do PT, além de estudantes sem vinculação político-partidária ou ideológica.
O DA funcionou assim por um ano. Em 2001, uma nova Chapa intitulada “Projeto Subvertendo” foi eleita. Também era composta por integrantes de partidos políticos, como o PT, e estudantes sem filiação partidária. Paralelamente, surgiu uma corrente estudantil na universidade, chamada “UFF em Movimento[1]. Ela tinha como propaganda a formação de um novo movimento estudantil, mais cultural (se vestiram de palhaços na inscrição de disciplinas dos vestibulandos e entregaram filipetas de venda da Universidade e manuais). Esse movimento, que se apresentava como independente, tinha como núcleo organizativo militantes do PT ligados à corrente “Democracia Socialista” (DS), principalmente da História e das Ciências Sociais.
Em agosto de 2001, depois de uma semana de aula, explodiu a Greve das Universidades Federais. Essa greve durou mais de 100 dias, com piquetes e inviabilização do vestibular da UFRJ. O UFF em Movimento já havia então decidido em plenária a participação nas eleições para o DCE. Surge também outra corrente estudantil: a “Ousadia e Luta[2], ligada à chamada “esquerda do PT”.
No final de 2002, após a realização Semana de Ciências Sociais - cujo tema era “Liberdade e Controle Social” – tiveram início discussões sobre as eleições para o DA, tendo em vista o prazo de um ano da Chapa que havia sido eleita, que já se esgotara. O “UFF em Movimento” e o “Ousadia e Luta” acordaram em formar uma chapa (Chapa 1) com um projeto que estabelecia Direções Colegiadas (como na maioria dos CA’s, DCE’s e Sindicatos). Foi realizada uma assembléia na sala do DA, com pouco mais de 20 estudantes, para se decidir sobre as eleições. Depois de muitos debates entre os estudantes, principalmente os mais antigos no curso, que quase terminou em briga, foi aprovado que a eleição deveria ter um quorum de 50%.
Os conflitos políticos entre os estudantes que queriam manter e aperfeiçoar a experiência dos projetos que vinham dando certo e estudantes ligados a correntes estudantis do PT, com propostas de uma estrutura de diretorias colegiadas para o DA, acirraram-se. Houve ainda a inscrição de mais uma chapa, composta por estudantes atuantes na Empresa Júnior do curso (Chapa 2). Os estudantes que não se sentiam contemplados pelas propostas apresentadas pelas chapas, e contrários à mudança da estrutura do DA, deram início ao movimento “Não Vote”, também bastante heterogêneo, para que não se atingisse o quorum mínimo de validação da eleição. Os estudantes que o puxaram passaram a ser identificados como “anarquistas” e “malucada”. A chapa 2 desistiu de concorrer e a Chapa 1 não atingiu a quantidade de votos necessária para legitimar-se.
Assim, no início de 2003, foi realizada uma assembléia para definir os rumos do DA. Nesta assembléia foi estabelecida uma comissão gestora interina e instituída uma comissão estatuinte, que teria o prazo de um ano para apresentar um estatuto para o curso. O Estatuto era construído enquanto a comissão gestora encaminhava as lutas estudantis das Ciências Sociais. Os militantes das correntes estudantis petistas optaram por não participar da comissão estatuinte e nem da comissão gestora, dando início a uma tentativa de esvaziar essas duas instâncias de participação. As correntes do PT participavam do movimento estudantil da UFF na instância máxima do DCE, compondo a sua maioria.
Durante o ano de 2003, houve mais uma greve cujo eixo era a oposição à reforma da previdência do Governo Lula. Em agosto daquele ano, foi realizado o Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Sociais em Brasília. A principal discussão era a falência da FEMECS (Federação dos Estudantes do Movimento Estudantil de Ciências Sociais), que, criada em 1997 sob iniciativa de vários cursos, inclusive o da UFF, tinha o desafio de melhorar a comunicação entre as escolas, mas vinha apresentando uma concepção de movimento marcada pelo aparelhamento e pela burocratização, afastada da base dos estudantes. A posição tomada por grande parte dos estudantes foi a de indicar a necessidade de reestruturação dessa entidade pela base.
Na volta de Brasília, foi realizada, na UFF, uma assembléia na qual se redigiu um manifesto do DARS-CS[3]. Ele fazia uma avaliação do processo político e chamava os estudantes para o debate sobre o Movimento Estudantil, partindo da definição do que seria um verdadeiro movimento na base para, em seguida, propor formas de organização. Assim, foi criado no DA o GD de Movimento de Área. No ano seguinte, em janeiro, foi realizada uma Assembléia Estatuinte com mais ou menos 130 presentes. Após um ano de reuniões da comissão estatuinte, abertas à voz e voto de todos os interessados, foi aprovado o estatuto que nos rege.
A assembléia foi bastante tensa, com a leitura de todos os pontos do estatuto. A cada ponto lido, eram feitos destaques e apontadas dúvidas a serem posteriormente discutidas e esclarecidas. Muitos destaques foram feitos, principalmente por parte dos militantes que se abstiveram de participação nas reuniões de elaboração do estatuto. Apesar dos destaques, o estatuto foi votado em bloco – ou seja, ou o estatuto era aprovado em seu conjunto ou rejeitado em seu conjunto, sem espaço para uma aprovação que permitisse ajustes posteriores - proposta dos próprios militantes petistas[4], aprovada em assembléia anterior, que estabeleceu as regras da assembléia estatuinte.
O Estatuto originado dessas reuniões foi construído sob a luz das experiências passadas, tendo como princípio a necessidade de possibilitar e incentivar a participação direta de todos os estudantes no Diretório Acadêmico, principalmente daqueles que chegam sem nenhuma experiência política. Incentivar essa participação é fundamental para evitar o aparelhamento das organizações, como acontece com vários outros DAs. Dentro desta estrutura, privilegia-se a participação, não a retórica eleitoral e o jogo de carta marcada das diretorias colegiadas. A idéia fundamental é possibilitar a igualdade de poder e liberdade de participação aos estudantes. Os militantes ligados a correntes estudantis partidárias continuam participando do DA, mesmo discordando da estrutura. O conflito político tende a ser realizado nas esferas de discussões e decisões o tempo todo, e não apenas nas eleições.
Como conseqüência da participação dos estudantes do curso que passaram a atuar no DA, nos anos seguintes foram realizados dois encontros Fluminenses de Estudantes de Ciências Sociais e mais uma edição da Semana de Ciências Sociais. Em 2005, mais um momento marcou a história do DARS-CS: a assembléia em que se decidiu pelo ROMPIMENTO COM A UNE. Em 2006, como fruto de todo o movimento político do DA, discutindo, elaborando documentos, propondo e realizando ações concretas, decidiu-se sediar o Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Sociais na UFF. Agora, no ano de 2007, discute-se a participação do curso na CONLUTAS.
Em todos esses momentos sempre enfrentamos problemas, como oscilações da intensidade de participação e a saída de estudantes mais velhos. Houve também momentos de efetiva renovação, como este que acredito vir acontecendo. Para se falar em patotas ou algo do gênero, é preciso analisar muito melhor as coisas. Temos uma infinidade de problemas que podem afetar a participação dos estudantes no DA, entre eles a própria inexperiência política, a origem social, o desconhecimento do funcionamento de um DA e mesmo o possível desinteresse político. Por fim, é importante refletir bastante, sem nunca esquecer que existem conflitos políticos, mesmo que não estejam claramente colocados.
Reflexões:
Em todos esses anos em que participei e acompanhei o DA, passaram por ele dezenas de estudantes que, se dependessem das estruturas carcomidas do velho movimento estudantil parlamentarista, talvez não tivessem conseguido participar de nada. Durante os quatro anos e meio que passei na UFF, o DARS-CS foi um dos mais combativos e aguerridos diretórios da universidade, seja na sua luta pela assistência estudantil, na briga por uma universidade popular, contra os cursos pagos ou pela diminuição das tarifas das barcas. Nas suas fileiras serraram ombros companheiros que, com certeza, construíram uma grande experiência política, ainda que uns e umas tenham se cansado da sobrecarga de trabalho. Muitos desses companheiros estão militantes hoje em seus trabalhos, com a tentativa de construir práticas semelhantes no Velho Sindicalismo de Estado Brasileiro.
Aprendemos a fazer movimento político de forma sincera e diferente da podridão que assola o movimento estudantil. Tentamos colocar na prática habitual e cotidiana aquilo que propomos e foi do conflito com outras propostas que nasceram essas discussões que não de hoje rondam o DA. E algumas discussões são sempre levantadas de tempos em tempos, por exemplo, o esvaziamento do DA, que é uma política deliberada de desconstrução do movimento .
Pois bem, deixando o balanço positivo de lado, me pergunto se o DA tem problemas. E respondo que sim. Há muitos problemas. A questão é que o estatuto foi criado sobre as bases de um conflito político que não pode ser compreendido pela burra categorização daqueles que dele participam como “malucadas”, anarquistas (ainda que para mim anarquista não seja nada depreciativo, muito pelo contrário). Quem faz tais acusações, ou não conhece a fundo as pessoas com quem estuda e atua ou tem claras intenções políticas. Temos conflitos políticos decorrentes de diferentes concepções de movimento estudantil, um que coloca o movimento reivindicativo a serviço da luta político-partidária, e por isso paralisa o movimento nas eleições, e outro que retoma a consciência de que as mudanças só virão através das nossas próprias mãos.
Assim, acho fundamental recuperar essa história para que a discussão seja realmente proveitosa. Existem divergentes concepções e há posicionamentos políticos claros, desde investidas para encher uma reunião para aprovar medidas para o conselho de DA (legais) e táticas de esvaziamento. Nada contra, desde que se arque com as conseqüências destes atos e não se fique posando de vítima.
Para mim, que sempre atuei procurando manter (ou melhorar) o DA, a base “teórica” para essa manutenção (ou mudança) deve estar sob a concepção política de que a única forma de mudança da realidade social virá do protagonismo direto dos estudantes e trabalhadores, e portanto a experiência de se organizar diretamente, de baixo para cima, através de uma organização que combine a centralização na ação com autonomia de discussão, priorizando as assembléias e não as articulações das direções, é fundamental para jogar por terra o velho parlamentarismo estudantil.

[1] Um acompanhamento da evolução dessa chapa a identifica, hoje, com a corrente “Pagar Nada”, estando seus militantes nas correntes mais à “direita” do PSOL.
[2] Hoje, na UFF, poderíamos associá-la à corrente “Romper o Dia”, de militantes do PSOL.
[3] Documento que pode ser encontrado no DA e na pasta do DA.
[4] Muitos dos quais acabaram migrando para outras correntes após o “racha” do partido.

Rômulo Souza (ex-estudante de Ciências Sociais e do DA Raimundo Soares)

Por um Vegetarianismo Social

Abrir mão de ingerir carne é se manifestar contrário a todo e qualquer ato de violência ou crueldade cometido contra um ser vivo, seja lá qual for, animal ou homem.
É um erro supor que, para os vegetarianos, os animais são mais dignos de proteção que nós, seres humanos. Não há, na verdade, lugar para privilegiados. Igualmente possuímos sentimentos, porém somente nós temos a consciência do que sentimos. O que nos separa dos animais é o nosso maior atributo, nem sempre utilizado adequadamente: a razão.
É claro que essa lógica incide em uma hierarquia natural, onde os homens por serem mais fortes e racionais, podem, legitimamente, tornar-se predadores dos animais irracionais. Pode até ser que, em um devido momento histórico, a ingestão de carne tenha sido necessária para a sobrevivência humana. Contudo, devemos considerar que o nosso sistema digestivo se difere muito dos animais carnívoros, o que resulta em uma alta taxa de toxinas digeridas no processo, e que, devido ao fato da carne não ter nenhum principio alimentar que os vegetais também não contenham, podemos nos manter satisfatoriamente saudáveis sem a sua presença em nosso cardápio. É bom lembrar ainda que, nos dias atuais, a pecuária extensiva e a manutenção de aviários se tornaram grandes vilões do meio ambiente. Mas isso é para outra hora. O que pretendo abordar aqui é a crença humana em uma “desigualdade natural”.
Crer que o homem é senhor e proprietário da natureza é uma coisa sobre a qual a humanidade inteira manifesta acordo unânime. E crer, dentro dessa lógica, que estamos no alto da hierarquia para sermos servidos por aqueles que consideramos inferiores, também. Os massacres dos negros escravizados, a realização de “limpezas étnicas” em alguns países, a subjugação das mulheres no mundo inteiro, são algumas peças que configuram essa tal prerrogativa dos homens a fim de promover a desigualdade. O que esses fatos históricos nos mostram, além de uma incapacidade humana de perceber que diferença não é sinônimo de inferioridade? A incapacidade do homem em se sensibilizar com outrem por apenas considerá-lo inferior.
Então eu vos pergunto senhores: Quem poderá julgar o valor de um sofrimento, seja ele humano ou animal? Quem poderá diferenciar a dor de um semelhante de um gemido sentido de um animal com medo da morte? Será que essa indiferença, esse olhar blasé sobre o sofrimento animal, não nos tornou insensíveis aos nossos próprios sofrimentos?
Nietzsche, quando considerado louco, abraçou um cavalo que estava sendo espancado por um cocheiro. Chorou e provavelmente se convencera de que Descartes errara quando afirmou sua idéia de que os animais eram apenas machinae animatae. Idéia muito difundida entre nós. Talvez esse tenha sido um dos grandes erros da Humanidade.

Carol Couto (1° período)

Reflexão de três conceitos:

Classe Trabalhadora, Ação direta e Alienação política[1].

Pretendo, nestas breves linhas, discutir os conceitos acima, utilizando para tal os trabalhos de Thompson (Prefácio e As Fortalezas de Satanás. In: A Formação da Classe Operária Inglesa) e Marx (O Trabalho Alienado. In: Manuscritos Econômico-Filosóficos). Fornecerão a base para toda reflexão o conceito de classe trabalhadora e os episódios de ação direta mencionados por Thompson em sua obra, assim como a idéia de alienação do trabalhador desenvolvida por Marx.
A contribuição de Thompson para uma maior compreensão da classe trabalhadora passa essencialmente pela idéia de “autofazer-se” da classe, assim como através de uma análise profunda de aspectos até então marginalizados nesse debate, classificados como “subpolíticos” por outros intelectuais. Tomando a classe trabalhadora como fenômeno histórico e não como “estrutura” ou “categoria”, esta que deve ser pensada por isso, num determinado período e contexto históricos. O fazer-se a si mesmo da classe trabalhadora demonstra que ela é sujeito de sua própria trajetória. Não só está presente nesse acontecimento como é ator principal desse processo.
Como o autor é marxista, a idéia de antagonismo essencial está presente na sua concepção da classe operária. A experiência de classe, entendida como compartilhamento pelos indivíduos de experiências e condições materiais de vida semelhantes, é determinada, em grande medida, pelas relações de produção em que os homens nasceram ou ingressaram compulsoriamente. Entretanto, a consciência de classe para Thompson aparece influenciada pelas relações de produção, e não determinada. Dessa forma o autor afirma não existir uma lei no sentido de um modelo para ser considerado como consciência legítima de classe. Esta deriva de aspectos culturais gerados por essa experiência, essa vivência cotidiana.
É aqui que Thompson recorre a aspectos considerados “subpolíticos”, irrelevantes para análise pela maioria dos intelectuais que pensavam a questão da formação da classe trabalhadora. É nesse ponto que considero sua análise extremamente rica e importante para o debate da classe operária. Analisando eventos como as canções populares, freqüência às tabernas, bebedeiras e, principalmente motins e turbas, percebe-se que através desses fatos os “sem linguagem articulada” conservavam e produziam certos valores e concepções da realidade.
Na Inglaterra do século 18 e início do 19, no contexto da Revolução Industrial, ocorreram inúmeros motins devido ao preço do pão, pedágios, resgates (busca por participantes dos motins que haviam sido presos), greves, nova maquinaria, fechamento das terras comunais, recrutamento e outras tantas injustiças. Esses motins eram ações diretas[2] contra as injustiças impostas diariamente aos trabalhadores nesse período histórico. Todas essas ações, principalmente as levadas a cabo pelo preço dos alimentos, eram legitimadas pela idéia de economia moral que classificava como imoral qualquer forma de aumentar o preço dos alimentos para tirar proveito das necessidades do povo. Essas ações são encaradas pelo autor como “fermento” do fenômeno histórico “Classe”.
Thompson chama atenção para os problemas gerados pelo emprego dos termos motim e turba para designar essas manifestações populares contra injustiças, reduzindo-as à aglomeração de indivíduos criminosos tomados pela ânsia do roubo e do caos. Mencionando outro pesquisador que faz essa distinção (Rudé), atenta para o termo multidão revolucionária como sendo mais pertinente. A questão dos termos empregados não pode passar despercebida em caso algum. Sabemos muito bem que as palavras carregam significados que podem facilmente deturpar ou obscurecer um fenômeno. O fato de algumas dessas ações serem motivadas por pessoas “acima” ou à parte da multidão que a empregavam como instrumento de pressão para obtenção de seus próprios interesses não pode desvirtuar a análise do todo.
Quanto ao conceito de alienação política, o que fiz foi um exercício de reflexão em cima do que Marx entende como alienação do trabalhador. Após refletir acerca do contexto político em que vivemos no Brasil e que classifico como ilusória democracia representativa, percebi que seria extremamente cabível adaptar a idéia da alienação do trabalho para o campo político, uma vez que a política e o econômico relacionam-se amplamente. Numa breve demonstração do que estou dizendo, a frase “O trabalhador põe a sua vida no objeto (produto do seu trabalho); porém agora ela já não lhe pertence, mas sim ao objeto”. Adaptando-a para o campo político, ela ficaria assim: “O cidadão põe a sua força política no voto; porém agora ela já não lhe pertence, mas sim ao político/partido político”. Nesse exemplo a idéia fica mais clara: “A alienação do trabalhador no seu produto significa não só que o trabalho se transforma em objeto, assume uma existência externa, mas que existe independente, fora dele e a ele estranho, e se torna um poder autônomo em oposição a ele; que a vida que deu ao objeto se torna uma força hostil e antagônica”. No campo político ficaria assim: “A alienação política do cidadão no seu voto significa não só que o voto se transforma em objeto, assume existência externa, mas que existe independente, fora dele e a ele estranho, e se torna um poder autônomo em oposição a ele; que a sua força política, desprezada no voto, se torna uma força hostil e antagônica”.
A alienação política, assim como a alienação do trabalhador, não se refere à ignorância ou desconhecimento, mas sim ao tornar alheio ao trabalhador e ao sujeito político suas potencialidades e capacidades. Na medida em que o indivíduo, ao invés de lutar contra as injustiças impostas pela classe dominante como faziam os trabalhadores na Inglaterra da Revolução Industrial, através de ações diretas que garantiam a obtenção de suas expectativas, é levado, por diversas razões, a acreditar que seu papel social na ilusória democracia é o de apenas escolher quem vai “melhor” representa-lo politicamente através do voto, ele deixa de ser sujeito de sua própria historia. Anula-se como sujeito político e passa apenas a posição de mero espectador da realidade.
Embora esteja citando repetidamente a classe operária inglesa durante a Revolução Industrial, obviamente que temos uma série de exemplos semelhantes de ações diretas muito bem sucedidas em terras brasileiras. Temos um exemplo muito próximo. O episódio que ficou conhecido como a “Revolta das Barcas” nos anos de 1950, quando a população incendiou a estação devido aos péssimos serviços e condições oferecidas pela concessionária privada do transporte, obrigando o serviço a retornar para o âmbito estatal é um exemplo claro e inquestionável do potencial transformador da ação direta em comparação com a inércia do fornecimento do voto.
Muitas outras reflexões acerca dos temas e conceitos aqui discutidos não puderam entrar nesse breve texto. Se houver interesse, concordância ou concepções distintas do tema, seria interessante o desenvolvimento do debate. As discussões podem ser ampliadas e levadas mais a fundo pessoalmente ou via e-mail.
(fabi_omelczuk@hotmail.com).

[1] Conceito elaborado por mim com base na idéia de alienação do trabalhador construída por Marx.
[2] Detalhes e registros dessas ações da época infelizmente não couberam nesse texto devido à escassez de espaço.

Fabrício “Gaúcho” (7° período)

Informe da Coordenação de Movimento Estudantil

Na última reunião da coordenação de Movimento Estudantil realizada no dia 16 de maio, foi discutida a necessidade dos estudantes se familiarizarem com o estatuto do D.A. através da leitura do mesmo em sua íntegra, visto que isso é, indubitavelmente, uma necessidade, além de ser uma atividade que fomentará a participação e interesse dos estudantes junto ao diretório acadêmico. Para isso, o estatuto estará disponível na pasta do D.A., na xerox do Marcelo a partir do mês de Junho.
Na próxima reunião da coordenação, que será no dia 13 de junho, às 19:30 no D.A., essa proposta será debatida novamente com o intuito, a princípio, de pensar a construção e organização de um Grupo de Discussão (GD) sobre o estatuto com início ainda a ser estabelecido.

D.A.C.S. – Raimundo Soares INFORMA:

Diante da eleição que está se realizando na UFF nos dias 21 e 22 de maio para a definição dos delegados que representarão a UFF no congresso da UNE (CONUNE), o DA de Ciências Sociais não participa das eleições, nem apóia qualquer chapa, tendo em vista o rompimento com a entidade, que ocorreu no 1o semestre de 2005 em assembléia do curso, que é a instância máxima de deliberação do Diretório Acadêmico.

Estudantes em Luta... Na rua e não nos gabinetes!

No dia 26 de abril, estudantes de Ciências Sociais participaram da manifestação pela manutenção do passe livre para os secundaristas e pela ampliação do mesmo aos universitários, trabalhadores e desempregados. O ato ocorreu na Av. Radial Oeste, bairro do Maracanã, Rio de Janeiro. A manifestação foi marcada por forte presença e repressão policial devido à proximidade ao 1° Batalhão da Polícia do Exército. Agravou ainda mais o êxito da manifestação a extensão da Av. Radial Oeste que não pode ter seu trânsito interrompido devido à presença de apenas cerca de 300 estudantes.


Informes Internacionais:

França – Após a vitória nas eleições do conservador Sarkozy, que já se pronunciou publicamente contrário aos imigrantes na França, o povo foi às ruas e, como protesto ao resultado das eleições, promoveram atos pelo país que terminaram com um saldo de 367 carros incendiados.(06/05/07).

Fique por dentro da Reforma Universitária!!!

O debate sobre Reforma Universitária não é de hoje. Desde a década de 60 esse tema é pautado tanto no meio acadêmico quanto nos fóruns do movimento de educação. Desde o governo FHC, professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos vêm elaborando projetos para se contrapor ao modelo de universidade orientado por organismos internacionais. Em 1997, o movimento da educação apresentou ao Congresso Nacional o Plano Nacional de Educação – Uma proposta da sociedade brasileira. FHC vetou os principais itens do plano aprovado pelo Congresso, entre eles a meta de investimento de 7% do PIB para a educação.
Lula, além de manter os vetos ao PNE, apresentou quatro versões de projetos de reforma que não tem nada a ver com as reivindicações da comunidade universitária. Por trás de uma grande campanha e do discurso de democratização do acesso ao ensino superior, se esconde um plano de privatização gradual das universidades públicas e de benefícios aos empresários das universidades privadas. A fragmentação das medidas dificulta a organização dos movimentos de resistência, uma vez que dificultam a noção da totalidade da Reforma Universitária. O que já está implementado:
Lei de Inovação Tecnológica - Esta Lei tem como objetivo central alinhar as pesquisas produzidas nas universidades públicas com os interesses das grandes empresas. É claramente apontado que o Estado vai apoiar as alianças entre o direito privado e as instituições públicas (como as parcerias na produção do conhecimento, a utilização de laboratórios e equipamentos das universidades públicas por essas empresas). Além disso existe uma possível remuneração extra pelos pesquisadores envolvidos com os projetos. Isso contraria a lógica de que o conhecimento nas universidades tenha caráter público, já que estimula somente a pesquisa que gera lucro. A idéia central é o estado aplicar cada vez menos nas universidades, transferindo para as empresas que querem algum benefício como contrapartida.
Sinaes/Enade - O Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação) consiste na mesma lógica do Provão. Continuando com o foco numa única prova aplicada ao estudante, o Enade (Exame nacional de desempenho do estudante) mantém a linha de ranqueamento e serve apenas para legitimar as ações do governo, através do processo de avaliação, feito pela Conaes (Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Superior). O Sistema implantado não aponta caminhos e nem serve como instrumento a serviço da qualidade de ensino, tudo aquilo que uma avaliação de verdade deveria apontar.
Prouni - A solução do problema de acesso às universidades não poderia ser pior: o Estado alimenta a setor privado como provedor de ensino, oferecendo para os estudantes mais pobres as vagas ociosas das piores universidades. As universidades privadas são beneficiadas com a isenção de parte significativa de seus impostos, o que representa uma economia de 7% do seu faturamento. Com as verbas que se deixa de arrecadar de tais universidades (mais ou menos 800 milhões), seria possível aumentar as vagas no ensino público. O que se vê é a confusão entre o público e o privado e a descaracterização de bandeiras históricas do movimento de educação. A seguir trataremos dos projetos ainda a aprovar, a partir do Projeto de Lei 7200/06 (a última versão):
Financiamento - O governo anuncia o PL afirmando aumentar o financiamento público, com 75% das verbas federais para a educação como um todo seja gasto no ensino superior. Entretanto, segundo os cálculos do Andes SN, o governo em 2005, gastou 11,19 bilhões com o ensino superior. Se o PL já estivesse em vigor, o governo gastaria 12,20 bilhões, o que demonstra mais uma falácia da Reforma. Além disso, as instituições federais serão dotadas de autonomia financeira, o que significa recorrer ao capital privado. O projeto ainda admite que 30% do capital investido seja estrangeiro, segundo recomendações do Banco Mundial. É confirmada a atuação das fundações privadas que oferecem os cursos pagos (aqui na UFF temos a FEC-Fundação Euclides da Cunha que é envolvida em graves casos de corrupção).
Pagas - A maioria dos estudantes hoje está nas instituições privadas. A delimitação de 9% para a assistência estudantil é um retrocesso uma vez que a grande maioria das instituições públicas já investe mais que isso (na UFF são 12% e é muito insuficiente) e esses 9% não se aplicam às instituições privadas, onde faria alguma diferença, já que não oferecem assistência estudantil.
Educação à distância - No projeto, ele será aplicável a qualquer curso superior, inclusive de formação de professores. É indiscutível que a formação presencial é determinante para a garantia da qualidade (admitindo inclusive a importância não só do ensino, mas da pesquisa e extensão).
Universidade Nova - Apesar do nome, o projeto tem idéias muito antigas. O ponto central da Universidade Nova é criar “bacharelados interdisciplinares”, que são cursões de 3 anos que ofereceriam uma formação vaga em humanidades, artes, tecnologia ou ciência. Com este diploma inútil na mão, o estudante poderia fazer um curso profissional, uma licenciatura ou mestrado. Esta lógica já foi implantada há um tempo, e obrigava os estudantes a competirem entre si para conseguirem vagas nas profissões desejadas, colocando a lógica perversa da concorrência do vestibular para o meio da formação. Fica claro que o diploma de bacharelado vago será destinado aos mais pobres, que enfrentam mais dificuldades no ensino básico e tem menos chances de não conseguirem se manter na universidade (fato comum atualmente e que não são apontadas soluções para isso na reforma). O segundo diploma será bem mais elitizado e destinado para aqueles que conseguirem sobreviver à competição do ciclo. Esses bacharelados coincidem com o ensino à distancia para ampliar vagas sem a necessidade de melhorar a infra-estrutura e contratar servidores e professores (pois eles atuarão como “monitores” e darão atendimento impessoal aos estudantes).
Percebemos o quanto esta reforma parte do pressuposto de que a educação não é um direito de todos e nem dever do Estado, transformando-se numa mercadoria como outra qualquer. Entender a Reforma é condição fundamental para a mobilização. É extremamente importante que todos os estudantes se armem para barrar essa reforma universitária e que apontem alternativas para a crise do ensino superior.

Keila (8º período)

"Você já votou?"

Sabe, há algo que muito me inquieta no curso, que é só mais um reflexo da faculdade e da sociedade, mesmo; Diferentemente da maioria, a CONVICÇÃO (!) não é meu forte e, por isto, a cada vez que sou chamado a votar, fico muito angustiado - mas muito MESMO; Se por um lado, não consigo votar mecanicamente, apenas tendo como critério o discurso da chapa ou do que for, adjunto à minha pequena experiência na universidade, também não consigo me isentar deste "evento" automaticamente. Isto, pois, tento fazer o esforço da permanente construção das minhas escolhas.
Mas fico angustiado por quê?... Até tenho "simpatia" por este ou aquele rumo, mas os meios... Tsc... Ah, os meios me parecem tão nebulosos!Passa mês, passa período, e, ultimamente, apenas cumprimentos. Só que... Opa!Chegou a eleição de blá blá blá. Eis que, então, escuto, é claro: "E aí, Marcel, já votou?"; Em momentos como este, me sinto mera unidade. É, apenas parte integrante da soma necessária para fazer com que um determinado grupo siga suas metas - e até acho que há boas intenções integrando-as.
Ademais, também há um outro "motivo-essencial"; Votar é o ato de abdicar de processos de decisão. É quando você decide se alienar deles. Sim, é claro, não é possível fisicamente participar de todas as escolhas. Isto além de todos nós termos outras ocupações além de tentar persuadir/ser persuadido do processo eleitoral - ou eleitoreiro? -, NÃO É?! Mas durante os outros meses sou invisível?
Putz...O que me irrita é que, me isolar do VOTO é me isolar das decisões. Em contrapartida, participar das eleições votando é prestigiar o voto como unidade, e não como símbolo de um determinado processo de luta, que não é diária. Ao menos, não com as minhas mãos. Sinto-me quase fazendo um favor a quem pede o voto, ao invés de sentir-me atuando de forma consciente e sem peso na mente para este ou aquele caminho do movimento - quase uniforme, infelizmente - estudantil.
Espero, por fim - e me perdoem se eu me extender. É que não tenho compromisso político tático algum de ser diplomático ou com termos bem colocados -, que a "Galera do D.A" - ou melhor, parte dela. Não quero parecer ignorante - se oponha a tudo que eu disse, mesmo concordando. Ora, te soa estranho? Acontece que, da mesma forma que se contrapõem às discussões do Orkut, uma manifestação apenas via jornal... um PEDAÇO DE PAPEL...tsc...não tem valor. Entretanto, também espero que o beco sem saída da necessidade de ser ou parecer democrático prevaleça e, assim, o texto seja colocado no folhetim, mesmo com este comentário.
Escrevo este texto sem pisar no diretório em discussão alguma, mas não por achar que discussões não sejam válidas - muito ao contrário -, mas porque estar lá seria admitir e reiterar o domínio de supostos libertários - atente que o termo tem a ver com liberdade - que, curiosamente, reprimem todo - ou quase - "discurso" que faço. Até porque, se o D.A somos todos nós, ele não é um grupo, ou menos ainda uma estrutura física como uma sala. Logo, o diretório também sou eu, discutindo com quem for, a qualquer momento; Mas, se estranhas, uso este meio apenas por ser conveniente, tanto pelo quão acessível é, como pela arte de provocar, no melhor sentido possível - tá, vai... No pior também. ...
Tentei dormir e acordei com um nó na garganta, sem conseguir respirar. Liguei o computador e redigi este humilde texto. Ainda que ateu, neste tipo de situação penso na possibilidade da existência do tal Deus e, por mais q'eu continue não acreditando - e mais, negando-o para o mundo material - me proponho a sempre repensar o que acredito. Da mesma forma, convido você, que não se contenta em agir como máquina, apenas reproduzindo, à eterna REconstrução. Mesmo que seja interna e inconsciente por agora, mas que seja evidente a sua onipresente intervenção prática. Vamos repensar-NOS?

Marcel (3º Período)

Notas do Movimento de área DARS- CS UFF

NOTA DE REPÚDIO À CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E APOIO ÀS SUAS LUTAS.

O Movimento de Área de Estudantes de Ciências Sociais do Rio de Janeiro vem a público repudiar as prisões ilegais de 19 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocorridas no dia 23 de maio de 2007, em Barra do Piraí, além de fornecer seu apoio irrestrito à luta mais que legítima desses militantes.
As prisões aconteceram de forma truculenta, como manda a cartilha cotidiana dos órgãos de repressão estatais, sem apresentação de ordem judicial, apenas alegando “formação de quadrilha” por parte dos manifestantes.
Os trabalhadores rurais permaneceram presos por quase vinte e quatro horas na Delegacia da Polícia Federal de Volta Redonda, após exercerem o Direito de Manifestação na “Jornada Nacional Por Nenhum Direito a Menos” e “Contra a Política Econômica Neoliberal”, sendo libertados às nove e quarenta da manhã de quarta-feira, 24 de maio de 2007.
A libertação dos trabalhadores só ocorreu devido à grande mobilização, solidariedade e apoio proveniente de várias organizações e movimentos, que pressionaram politicamente e manifestaram suas indignações com o episódio. Quando novamente em liberdade, os militantes reafirmaram seus compromissos de permanecerem na luta contra a Política Econômica Neoliberal, por Nenhum Direito a Menos e pela Reforma Agrária.
Movimento de Área de Ciências Sociais - Rio de Janeiro, 25/05/2007.

NOTA DE APOIO E SOLIDARIEDADE

O Movimento de Área de Estudantes de Ciências Sociais do Rio de Janeiro torna público seu apoio irrestrito e solidariedade aos estudantes, professores e técnicos administrativos que ocupam a reitoria da Universidade de São Paulo há 22 dias. Reconhecemos a enorme importância dessa luta para a conquista dos direitos dos trabalhadores, estudantes e professores, tendo em vista o estado de abandono, privatização e falta de autonomia que as Universidades brasileiras vêem sofrendo nos últimos anos.
Repudiamos as medidas e ações que o Estado repressor e a mídia burguesa aliada vêem tomando em relação aos ocupantes. O Estado autorizou a invasão policial à reitoria, o que ocasionará, muito provavelmente, uma repressão violentíssima aos militantes. Dessa forma o mesmo fornece todo seu aparelho repressor para ser empregado a favor da classe dominante, contra uma luta legítima da classe trabalhadora.
A mídia burguesa, encabeçada pela Rede Bobo e seu “Jornal Nacional”, transmite à população uma imagem totalmente deturpada dos fatos. O mesmo tratamento dado aos Movimentos Sociais é fornecido aos estudantes, classificando-os como “invasores”, “vândalos” e “baderneiros”. Essa construção da Criminalização do Movimento através da falsa opinião pública é uma das principais armas empregadas pela classe dominante contra os movimentos que lutam por justiça social. É dessa forma que a mídia constrói uma forte barreira entre os movimentos combativos e a sociedade como um todo.
Esperamos que não haja repressão por parte do Estado e que as reivindicações em pauta sejam atendidas de maneira integral, a fim de contemplar os trabalhadores e estudantes. Movimento de Área de Ciências Sociais – RJ, 25/05/2007.

COMUNICADO PARA PRÓXIMAS EDIÇÕES DO VIRAMUNDO

Desde já está aberta possibilidade para os estudantes que quiserem enviar algum texto, artigo, poema, charge, informe, agenda cultural, ou o que mais for cabível para uma edição de um jornal como o nosso. Fica também o convite para que participem das reuniões da Coordenação de Comunicação, que além de organizar o jornal, preocupa-se em debater mecanismos para melhorar a comunicação entre os estudantes do curso como um todo.
Em reunião da Coordenação de Comunicação foi estabelecido todo o dia 15 de cada mês como prazo final para o envio dos materiais a serem publicados na edição do Viramundo. Definimos a formatação (Times New Roman, 12 – espaçamento 1,5 - ABNT) e o tamanho máximo dos textos (Três Paginas A4). Caso não atendam a essas especificações somente serão publicados se houver necessidade de preenchimento das paginas em branco, pois o formato do jornal acaba gerando, algumas vezes, esse tipo de problema.
Os textos devem ser enviados para o e-mail: VIRAMUNDOUFF@GMAIL.COM
PARTICIPE DO D.A.R.S. DE CIÊNCIAS SOCIAIS.
SUA ORGANIZAÇÃO É ABERTA A TODOS OS
ESTUDANTES POSSIBILITANDO PROTAGONISMO
DIRETO DOS MESMOS.


4a Copa Golzinho ICHF

Inscrições : R$12,00 por time + 1kg de alimento não perecível por jogador
TEL:
Marcel: 8896-2612
Léo 8166-3962
Bellot: 8746-9597
Zé:8251-8597